CINE RANCHO 2007
As apresentações terão início às 21:00hs 

Reservas: (11) 9729-5866
Endereço: Estrada do Novo Horizonte Km 3, Saída Km 79 da Rodovia Padre Aldo Bolinni

Criamos uma sala de exibição em dvd exclusiva e diferenciada para +- 30 pessoas com acomodações em redes e sofás, com tapete em folhas de eucalipto e aquecida com braseiros, para maior conforto e aconchego no friozinho de julho .


Dias 6-7 julho......
Itinerância Video Brasil 

Dias 13 julho.........
Marvada Carne 
Direção: André Klotzel.

Sinopse:
A Marvada Carne é uma comédia que mostra as hilariantes aventuras de Carula (Fernanda Torres), uma garota simples, do interior, que tem um grande sonho na vida: se casar. E para isso ela está disposta a tudo.
Nhô Quim (Adilson Barros) vive lá nos cafundós em companhia do cachorro e da cabra de estimação. Aquela vidinha besta no meio do mato não dá pé e ele resolve cair no mundo e procurar a solução para duas questões que o incomodam: arranjar uma boa moça para o casório e comer a tal carne de boi, um desejo que fica ruminando sem parar dentro dele. Nas suas andaças Nhô Quim vais dar na casa de Nhô Totó (Dionísio Azevedo), cuja filha está em conflito com Santo Antônio, que não anda colaborando para ela arranjar um bom marido. E logo Nhô Quim descobre que o pai da moça tem um boi reservado para a ocasião do casamento da filha. Será este o momento para Nhô Quim realizar seus dois maiores desejos?

FICHA TÉCNICA
Direção: André Klotzel
Roteiro: André Klotzel e Carlos Alberto Soffredini
Produtor: Cláudio Kahns
Ano: 1985
Gênero: Comédia
Duração: 78’

ELENCO
Fernanda Torres (Carula)
Dionísio Azevedo (Nhô Totó)
Adilson Barros (Nhô Quim)
Chiquinho Brandão
Regina Case (Mulher Diaba)
Henrique Lisboa (Priest)
Lucélia Maquiavelli (Nhá Tomasa)
Geny Prado (Nhá Policena)
Paco Sanches (Serafim)


Dia 20 de julho.......
Durval Discos... Anna Muylaert

Sinopse: Durval (Ary França) e sua mãe Carmita (Etty Fraser) vivem há muitos anos na mesma casa onde funciona a loja Durval Discos, que já foi muito conhecida no passado mas hoje vive uma fase de decadência devido à decisão de Durval em não vender CDs e se manter fiel aos discos de vinil. Para ajudar sua mãe no trabalho de casa Durval decide contratar uma empregada. O baixo salário acaba atraindo Célia (Letícia Sabatella), uma estranha candidata que chega junto com Kiki (Isabela Guasco), uma pequena garota. Após alguns dias de trabalho Célia simplesmente desaparece, deixando Kiki e um bilhete avisando que voltaria para buscá-la dentro de 3 dias. Durval e Carmita ficam surpresos com tal atitude, mas acabam cuidando da garota. Até que, ao assistir o telejornal, mãe e filho ficam cientes da realidade em torno de Célia e Kiki.


Dia 21 de julho.......
Jogo Subterrâneo, Roberto Gervitz

Sinopse: Martín (Felipe Camargo) é um pianista que criou para si próprio um jogo, que tem como objetivo encontrar a mulher de sua vida. Sempre que entra em um vagão do metrô ele escolhe uma mulher que o atraia e passa a torcer que ela siga o mesmo caminho que ele. Apenas caso isto ocorra ele pode tentar se aproximar dela. Em meio a suas várias tentativas frustradas, Martín conhece algumas pessoas que mudam sua vida: Tânia (Daniela Escobar), uma mulher que se apaixona por ele e tem uma filha autista (Thávyne Ferrari), e Laura (Júlia Lemmertz), uma escritora cega. Seguindo seu jogo Martín conhece Ana (Maria Luísa Mendonça), que o atrai de tal forma que faz com que ele abandone as regras que ele próprio criou. Ana inicia então um romance com Martín, que se baseia em mistérios que um mantém para o outro. FICHA TÉCNICA Direção: Roberto Gervitz Roteiro: Julio Cortázar, Jorge Durán e Roberto Gervitz Produtor: Francisco Ramalho Jr. Ano: 2005 Gênero: Drama, Romance Duração: 109’ ELENCO Felipe Camargo (Martín) Maria Luísa Mendonça (Ana) Júlia Lemmertz (Laura) Daniela Escobar (Tânia) Maitê Proença (Mercedes) Zé Victor Castiel (Gordo) Thavyne Ferrari (Victória) Sabrina Greve (Sofia) Fausto Maule (Tadeu)


Dia 27 de julho.......
Cão sem Dono, Beto Brant e Renato Ciasca

Sinopse: Tem artista que se acomoda, tem artista que se revolta - e tem artista que se aprimora. O cineasta Beto Brant (O Invasor, Crime Delicado) completa em 2007 dez anos de carreira em longas-metragens, desde Os Matadores. O seu quinto filme em uma década, Cão sem Dono, é o percurso aprimorado à procura de uma certa liberdade de criar.
A decisão de filmar em Porto Alegre, fora do eixo Rio-São Paulo, e de co-assinar o filme com o habitual produtor e parceiro Renato Ciasca, já são exemplos dessa busca por arejamento. Outra é o afastamento progressivo dos temas sócio-policiais que pontuaram Os Matadores, Ação entre Amigos e O Invasor em 1997, 1998 e 2002. Thrillers vigoram sob a lei da causalidade, motivo e consequência, ação e reação. Se o que Brant procura é uma dramaturgia solta, o caminho que ele tem que tomar é outro.
A história de Cão sem Dono é uma adaptação do livro Até o Dia em que o Cão Morreu, de Daniel Galera. Nela, Ciro (Júlio Andrade) e Marcela (Tainá Muller) dividem cama, cigarros, eventualmente um aluguel, mas não parecem ir mais fundo na intimidade. Quando a relação dos quase-namorados é interrompida de súbito, Ciro desperta. Antes disso, era só um daqueles caras perdidos na vida - o fato de não dar nome ao cachorro que às vezes dorme na sua casa é um indicativo.
O que mais há no filme são indicativos - desde a primeira cena, quando Ciro transa com Marcela por trás, na sacada do apartamento. Cão sem Dono não é cinema de simbologia, antes disso é cinema de sintomas. O sexo sem compromisso é o sintoma da postura indecisa que Ciro tem diante da vida. O exame de estômago que ele faz, com a câmera entrando goela abaixo, num momento em que o personagem é chamado a refletir sobre si mesmo, já é um símbolo visual de interiorização.
Liberdade, em termos de dramaturgia de cinema, é por aí que se alcança: o texto não nos entrega os seus significados. É por meio das imagens que precisamos depreendê-los.
Nesse ponto, o parentesco de primeiro grau de Cão sem Dono é com Crime Delicado, o filme anterior de Brant, de 2005, que por sua vez é o híbrido que faz a ponte entre o filme de ação policial e o drama intimista a dois. Crime já quebrava a causalidade com as cenas não-lineares de boteco e o registro não-ficcional do artista plástico mexicano. O comentário sobre as artes plásticas, inclusive, permanece em Cão sem Dono, nas engraçadas cenas com o zelador-pintor do prédio de Ciro. Em ambos os filmes, os personagens não estão em um ciclo esquemático de aprendizado, mas em um ciclo episódico.
Se há algo que separa os dois últimos trabalhos do diretor, é o nível de ambição. Porque liberdade é uma coisa, ousadia é outra. Crime Delicado, obra que ainda há de ser (re)conhecida, botava na roda uma série de discussões em respeito a arte, crítica, apreciação e usurpação estética. Cão sem Dono almeja, se muito, ser um retrato de geração. Como tal, é um filme bonito pra caramba.


Dia 28 de julho.......
Canção de Baal, Helena Ignez

Sinopse: Por muito tempo, a atriz Helena Ignez foi considerada a musa do cinema brasileiro. Aos 67 anos, ela deslumbra, com orgulho, o fato de ter estrelado clássicos nacionais como O Bandido da Luz Vermelha (1968) e A Mulher de Todos (1969). Agora, lança em território nacional o filme Canção de Baal, de sua direção, exibido em Gramado.
Pouco antes da sessão, jornalistas que estavam no Palácio dos Festivais já lançavam suas expectativas em relação ao filme. Helena tem referências importantíssimas, já que foi casada com Glauber Rocha, um dos grandes gênios do cinema nacional. Foi com ele que ela estrelou seu primeiro filme, o curta-metragem O Pátio (1959).
E Canção de Baal lembra, muito, o experimentalismo de Glauber - apesar de, numa visão mais ambiciosa, não chegar aos pés dos trabalhos do cineasta. O filme é uma adaptação da peça escrita pelo alemão Bertolt Brecht.
Baal (Carlos Careqa) é um poeta e cantor que, entre altos e baixos e uma vida repleta de escândalos, se envolve com diferentes mulheres e com um homem. Se mais detalhes da trama foram revelados, a maluca viagem de Helena não se conclui.
Canção de Baal, levado com certa incompreensão no Festival de Gramado, é um filme experimental, como Glauber fazia - muito bem - no auge dos anos 1960. A atriz Simone Spoladore, que aparece no filme em uma cena de nu frontal, revela que seu personagem foi criado de última hora, bem como quase todo o longa.
Há, aqui, uma certa mistura entre teatro, literatura e cinema. É impossível definir Canção de Baal em um só gênero, já que ele navega por diversas categorias distintas. Diria até que só um conhecedor da mente de Helena Ignez poderia entender o que ela realmente quis dizer com esse trabalho.
Pelos fatos óbvios, é possível afirmar que Canção de Baal é um filme feminista, ainda que Helena esteja tentando falar sobre o machismo. Mas, como Clarice Lispector diria, quando a obra sai do papel, ela passa a ser uma interpretação de quem a assiste. Talvez essa tenha sido a intenção da diretora. Resta saber como o júri vai reagir.


Programação do Cine Rancho 2007